Lembra quando você era criança e para dormir sua mãe ou seu pai tinham que contar uma fábula para o sono vir e os sonhos te levarem? Então, para entrar neste estado de relaxamento e atiçar a sua imaginação era preciso um impulso — algo capaz de dialogar com a sua memória e estimular seus melhores instintos. Histórias ou estórias podem cativar e exercer transformações em todos nós, muitas acabam por influenciar nossa personalidade, direcionando nossas atitudes tanto na vida pessoal quanto na profissional.
Nossa mente assimila melhor quando ouvimos um fato que possui protagonista, cenário, desafio, motivação, clímax e recompensa. Estas características são algumas das quais compõem o conceito de storytelling, que, ao propor uma construção narrativa para o seu conteúdo, visa potencializar o enraizamento da ideia central transmitida pela mensagem.
O storytelling vem causando grande impacto no mundo dos negócios ao trazer diversos poderes para a comunicação. Saiba agora por que isto é tão importante e tratado como um diferencial na estratégia das marcas!
Converte o cético em cliente
Uma história bem contata é também um bom argumento. O cético que antes virava o rosto para a sua empresa, pode mudar de ideia quando confrontado com um novo ponto de vista. Desenvolver uma narrativa pressupõe prestar atenção aos seus detalhes. É comum focarmos em aspectos macro dimensionais e deixarmos de lado os micros. Uma pessoa muito crítica vai querer ter melhores informações, e com elas vindo em formato de storytelling fica fácil dar fluidez à mensagem.
A Uber investiu em uma produção audiovisual para contar a história de um de seus motoristas. Para quem poderia nutrir uma desconfiança a respeito destas pessoas e do serviço da companhia, o vídeo mostrou que ali existem pais, mães, irmãos, irmãs, tios, vizinhos — pessoas com as quais convivemos e que em determinado momento de insegurança financeira encontraram na empresa uma solução para poder honrar com os compromissos de forma honesta e ética. Além de atrair novos motoristas, a Uber pôde conquistar aqueles que ainda enxergavam de forma errada a empresa.
Causa o efeito surpresa
Narrativas fisgam nossa atenção e conseguem provocar ansiedade em certos momentos. Quando não conseguimos antecipar o próximo passo da história, o sentimento de inquietude só cresce. O clímax funciona como um gatilho que em seguida dispara e atinge em cheio o alvo mirado pela mensagem. Uma surpresa é seguida de uma reflexão, e refletir não é algo que se alcança forçadamente — o impacto motiva com naturalidade a busca por um significado.
O vídeo nomeado de “Contexto de Mundo”, produzido pela Thymus Branding para a Natura, concebe de forma magistral o storytelling, lidando com momentos os quais somos cercados por um anseio em descobrir o objetivo da peça de comunicação. Ficamos surpresos com a revelação dos protagonistas e, por fim, somos provocados a refletir.
Humaniza a marca
O grande diferencial está em mostrar que as pessoas — seus clientes e seus trabalhadores — são os maiores ativos das empresas. Dar um rosto e alma para as campanhas de marketing fortalece não só o sentimento de pertencimento a uma sociedade, mas a virtude de contribuir para ela.
Não é surpresa vermos como os executivos do Facebook encantam em suas palestras com histórias de pessoas que tiveram suas vidas impactadas pela rede social. Seja de uma pessoa que sofrendo com o Mal de Alzheimer foi encontrada através da colaboração de outros usuários, ou mesmo de um cachorro desaparecido que, pela divulgação do ocorrido, teve seu paradeiro descoberto graças a participação ativa dos membros da rede.
Constrói relacionamentos
Prezar por uma narrativa mais humana traz também benefícios a longo prazo. O que está em jogo não é apenas conquistar um cliente, mas também engajar um fã. Quando nos deparamos com um conteúdo envolvente, aumenta a chance de tomarmos as seguintes atitudes em prol da empresa:
- inspirar (ser influenciado positivamente pelo conteúdo);
- promover (replicar a mensagem);
- defender (justificar a importância do que está sendo transmitido);
- acompanhar (estar atento a novas histórias).
Um dos melhores exemplos de narrativa aliada à marca é a série de reportagens patrocinadas por empresas e publicadas no projeto editorial Draft. As matérias vão unindo os entrevistados às companhias e desenvolvendo um relacionamento com o leitor, que irá descobrir novos pontos de vista e sentirá admiração ou até identificação pelo que está sendo contado.
Fortalece a autenticidade
Trabalhar com storytelling elimina a agressividade de bombardear o consumidor com slogans de vendas e compras. Aqui, as competências reconhecidas da empresa são expostas no universo dos clientes. A autenticidade é fortalecida quando o conteúdo é honesto ao recordar uma vocação genuína.
Pense nos filmes de Hollywood que tenham motocicletas como pano de fundo. Toda Harley-Davidson, Indian ou Yamaha que entrar em cena irá evocar emoções ligadas à adrenalina, velocidade, aventura e independência. Estes são na maioria das vezes os desejos de quem vai em busca de comprar tais motos. A narrativa só reforça e facilita a ativação dos gatilhos de lembrança e engajamento para com a marca.
Investir em storytelling tem sido uma certeza para as empresas dispostas a aliar criatividade e repercussão. Em um mercado dinâmico, as opções para construir narrativas são bem diversas: há os que preferem a escrita, outros escolhem a produção audiovisual. A popularização do formato e do acesso tecnológico ajudaram a reduzir os custos deste tipo de serviço. Com tantos jornalistas e videomakers à disposição no mercado, só não contrata quem não quer.
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